Incrível como a teoria de que vivemos o tempo inteiro no piloto automático é verdadeira.
Saímos de casa pensando no que vamos fazer quando chegarmos no trabalho. Como vamos encarar determinado desafio? O que vamos fazer de novo?Que tarefas vamos concluir que tenham ficado pendentes.... e tudo isso vai consumindo a nossa mente , enquanto estamos no transporte que nos conduz até o emprego.
Quando temos um pequeno lampejo de consciência, olhamos pro lado e ops, já estamos no terminal.
O que se passou no trajeto de casa até o local de trabalho nem prestamos atenção , tantas preocupações que nem percebemos que tal venda mudou de endereço, tal prédio está concluído, que havia um aviso ao longo da estrada, e muito menos tivemos noção das pessoas, carros, animais, que cruzaram pela gente.
E sem contar que ao entrar no transporte, automaticamente nos pegamos a mexer no celular, o que nos desvia mais ainda do chamado Aqui e Agora.
E com isso os dias vão passando, a vida vai passando, e muito pouco aproveitamos de fato as coisas que gostaríamos. Desaprendemos a estar verdadeiramente presentes nas coisas.
Sabiamente Osho em seu magnifico Taro, com a carta A consciência, da uma boa puxada em nossas orelhas, e nos lembra o quão importante e interessante se faz estar despertos no dia a dia.
Observar o céu, olhar pela janela, ver a paisagem, ver as pessoas, os animais. Observar cada detalhe que se descortina entre o caminho de casa e o trabalho. Tantas coisas que podem ser percebidas e aprendidas. Por que ficarmos tão distantes, perdidos em pensamentos que muitas vezes de nada vão adiantar?
Aquele problema que precisa ser resolvido, só vai ser possível quando realmente tivermos diante dele. Fora isso, não vale a pena tentar entender como a coisa vai se dar, porque além de gerar uma ansiedade, não vai nos permitir acessar a verdadeira solução.
A mente precisa de descanso. Pensamos tantos num único dia, sobre coisas que aconteceram, que podem ou não acontecer, que sobrecarregamos o nosso centro mental. E aí temos o chamado apagão quando nos perguntamos qual a senha, qual o número de telefone de tal pessoa. Pessoa esta que costumamos ligar, conversar, enviar mensagem . Simplesmente o cérebro da pane. Algumas coisas logo vem á mente e outras ficamos em vão,a tentar recobrar a memória, mal sabendo que fomos nós os culpados por abusar de mais dessa estrutura.
Essa carta portanto vem nos pedir que aproveitemos melhor os momentos da vida. A vida é uma viagem que deve ser saboreada em toda a sua plenitude. Desde o momento em que compramos a passagem, organizamos a mala, nos dirigimos pra rodoviária, e por ai vai. Tudo isso faz parte da viagem, e não somente o destino final. Pensar apenas no destino final é o mesmo que passar pela vida e não ter vivido nada.
Pensemos nisso neste primeiro dia de Junho.
Que seja bem vindo!
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