Depois da energia forte dos arcanos maiores, o feriado de Corpus Cristhi vem regido com o arcano da saudade, da nostalgia, que nos remete ao passado seja afetivo, seja profssional. Hoje o clima é de remember, ou seja,dia de lembranças.
O clima nao poderia ser mais nostalgico, com chuva em grande parte do país, bem haver com copas, agua descendo fina, com o frio a nos incomodar, lembrando de como é bom um dia de Sol, ou como era bom quando crianças ficavamos debaixo das cobertas,sem se preocupar com nada.
Esse arcano de hoje eu retirei de um taro novo que ganhei de uma grande amiga e cliente, e cuja lamina do dia, é representada por uma criança linda, entre alguns catiçais, sentada, tem o rio por tras dela, que bem lembra aquela frase da musica: "Foi um rio que passou em minha vida, que meu coração se deixou levar...."
Esse é o clima, e realmente tenho muitas saudades de um passado onde nao tinha a carga de responsabilidade, e a necessidade de ter que fazer escolhas.
Desejo a todos um otimo feriado, e como dica eu diria:
Relembrar faz parte da trajetoria, mas seguir faz parte da renovação. Deixa o rio seguir seu caminho, olhe pra frente, para o mar que o espera.
Momento poetico, bem 6 de copas:
MEUS OITO ANOS
Casimiro de Abreu
Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.
Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor;
O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor !
Que auroras, que sol, que vida
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar
O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !
Oh dias de minha infância,
Oh meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delicias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha, irmã !
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava beira do mar!
Rezava as Ave Marias,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !
Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da, minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Copiado por J.C.de S,Jr.
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